terça-feira, 5 de novembro de 2013

Doces, doces e mais doces

Todo mundo (pelo menos os normais) gosta de doces.
Pode não ser a toda hora, pode ser só de um tipo, especial, pode ser pouquinho, pode ser sem parar.
Eu tenho amigos e conhecidos de todos estes tipos.
Tenho dois, até, que já vi atacar uma mesa de doces, muito antes da hora, para devorar uma bandeja de cajuzinhos! É verdade que eram especiais, feitos por minha mãe, uma doceira fantástica. Ainda assim, tarefa a ser notada e comentada.
Eu, particularmente, gosto muito. Mas como pouco.
Coisas do hábito, depois de mais velho. Acaba que só como um doce depois de uma refeição. E apenas se for uma refeição com tempo, calma. Nada do almoço corrido, do dia a dia.
Mas nem sempre foi assim.
Quando menino, mesmo depois, adolescente, era grande a paixão por doces.
Ainda mais que me era proibido o chocolate!
Fui uma criança muito alérgica e isto me causava problemas sérios.
Quase tudo me fazia mal. Entre eles, o chocolate.
Sempre vou me lembrar dos domingos de Páscoa, da minha infância. Minha mãe, sempre atenta às comemorações, caprichava. E haja chocolate!
Para mim, não, não podia.
Mas ela dava um feito. Ia à Kopenhagem, seu ponto de compras, inventava modas, me trazia ovinhos de geléia, balas super-leite, ovinhos de licor, de casca branca, bem fraquinhos, bichinhos de marzipã.
Eu não tinha chocolates, mas me divertia.
Nesta época, abriram, perto da minha casa, que era bairro, coisa incomum, uma confeitaria maravilhosa, chamada Azulão.
Fui apresentado às massas folhadas e suas variações, tão incríveis!
Desde as mil-folhas clássicas, com sua cobertura de açúcar de confeiteiro, fino, fino, seu recheio de creme, até a simplicidade de um palmier e a elegância de uma língua de gato, onde duas folhas de massa folhada, douradas e crocantes, seguravam um bocado de chantilly (naquele tempo, chantilly era coisa difícil de achar, quase impossível de fazer; a gente tinha que ter os fornecedores; além do Azulão, havia o Flipper, na Contorno com Espírito Santo, saudoso).
Coloquei na minha memória, no meu repertório.
E fui seguindo pela vida, experimentando doces, recolhendo o que gostava.
Das confeitarias marcantes, vou destacar, aqui em BH, a Molle Antoneliana, o Doce D'ocê, Doces de Portugal.
Todos fugindo da receita fácil, do doce comum.
Nos últimos tempos, está cada vez mais difícil encontrar doces sem o onipresente leite condensado.
Não vou dizer que os doces feitos com ele sejam ruins, não é isto. Mas ficam todos com texturas parecidas, um gosto onde um lembra o outro.
Neste nosso cantinho, onde valorizamos sabor e qualidade, vai ficar difícil para o leite condensado.
Vamos ter doces, muitos doces. Feitos por mim, pela minha mãe, por quem mais queira nos apresentar uma receita legal, gostosa diferente.
Hoje, preparei uma tartelete folhada de morangos e chocolate branco.
Somei a minha paixão pela massa folhada (e, não se assustem, não vou mandar fazer a massa, é coisa trabalhosa, sujeita a erros; vamos usar a da Arosa, comprada no supermercado, congelada, sem erro) com o chocolate branco (minha mulher não come chocolate escuro) e os morangos (para dar frescor), tudo com o quebrado de um rum e de um cardamomo, para fazer um doce bonito, elegante, delicioso.

Assim para terminar, com chave de ouro, uma bela refeição!

Tartelete folhada de morango e chocolate branco
Nossa receita: 12 tarteletes
Ingredientes
Massa folhada amanteigada – 1 pacote de 400g
Morangos – 18 (maduros)
Chocolate branco – 1 barra 150g
Rum
Creme de leite fresco
Manteiga
Açúcar
Açúcar com cardamomo (pode substituir por uma colherinha de suco de limão)
Preparo
Deixe a massa folhada descongelar e abra com o rolo, em superfície enfarinhadam até ficar com pouco mais de 1 mm de espessura. Corte discos no tamanho desejado, com a ajuda de um copo (2 discos por tartelete). Em metade dos discos, retire um disco menor (usando um outro copo, de boca mais estreita), deixando um anel de massa.
Ponha em uma assadeira montagens com um disco e um anel por cima (molhe com um pouco d'água o local onde for unir as duas massas).
Com um garfo, faça furinhos em toda a massa, para diminuir o crescimento.
Asse em forno pré-aquecido, a 200°C.
Assim que retirar do forno, abaixe o centro da tartelete, batendo de leve com o dedo.
Detalhe da tartelete montada
Em banho maria, em uma panela pequena de teflon, derreta o chocolate branco picado. Quando estiver derretido, acrescente, aos poucos, sempre mexendo bem, até voltar a ficar liso, uma colher de chá de manteiga, 2 colheres de sopa de creme de leite fresco, 1 colher de sopa de rum carta branca e uma pitada de sal.
Deixe esfriar um pouco. Coloque nas tarteletes, fazendo um fundo de chocolate.
Fatie metade dos morangos e deixe secar bem, em cima de papel toalha. Disponha as fatias nas tarteletes, sobre o fundo de chocolate branco.
Pique o restante dos morangos em pedaços bem pequenos. Leve ao fogo em uma panela pequena de teflon, com um pouco de água e açúcar. Quebre com açúcar de cardamomo ou com uma colher de café de suco de limão. Deixe ferver até que o morango esteja desfeito e que tenhamos uma textura de calda.
Coloque um pouco de calda sobre cada tartelete, dando acabamento.
Leve à geladeira até a hora de servir.

Um comentário:

  1. Grande Vinicio, Muito bacana seu blog...parabéns! Tamos aqui com agua na boca...... Leo

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