Todo mundo (pelo menos os normais) gosta
de doces.
Pode não ser a toda hora, pode ser só de
um tipo, especial, pode ser pouquinho, pode ser sem parar.
Eu tenho amigos e conhecidos de todos
estes tipos.
Tenho dois, até, que já vi atacar uma
mesa de doces, muito antes da hora, para devorar uma bandeja de cajuzinhos! É
verdade que eram especiais, feitos por minha mãe, uma doceira fantástica. Ainda
assim, tarefa a ser notada e comentada.
Eu, particularmente, gosto muito. Mas
como pouco.
Coisas do hábito, depois de mais velho.
Acaba que só como um doce depois de uma refeição. E apenas se for uma refeição
com tempo, calma. Nada do almoço corrido, do dia a dia.
Mas nem sempre foi assim.
Quando menino, mesmo depois,
adolescente, era grande a paixão por doces.
Ainda mais que me era proibido o
chocolate!
Fui uma criança muito alérgica e isto me
causava problemas sérios.
Quase tudo me fazia mal. Entre eles, o
chocolate.
Sempre vou me lembrar dos domingos de
Páscoa, da minha infância. Minha mãe, sempre atenta às comemorações,
caprichava. E haja chocolate!
Para mim, não, não podia.
Mas ela dava um feito. Ia à Kopenhagem,
seu ponto de compras, inventava modas, me trazia ovinhos de geléia, balas
super-leite, ovinhos de licor, de casca branca, bem fraquinhos, bichinhos de
marzipã.
Eu não tinha chocolates, mas me
divertia.
Nesta época, abriram, perto da minha
casa, que era bairro, coisa incomum, uma confeitaria maravilhosa, chamada
Azulão.
Fui apresentado às massas folhadas e
suas variações, tão incríveis!
Desde as mil-folhas clássicas, com sua
cobertura de açúcar de confeiteiro, fino, fino, seu recheio de creme, até a
simplicidade de um palmier e a elegância de uma língua de gato, onde duas
folhas de massa folhada, douradas e crocantes, seguravam um bocado de chantilly
(naquele tempo, chantilly era coisa difícil de achar, quase impossível de
fazer; a gente tinha que ter os fornecedores; além do Azulão, havia o Flipper,
na Contorno com Espírito Santo, saudoso).
Coloquei na minha memória, no meu
repertório.
E fui seguindo pela vida, experimentando
doces, recolhendo o que gostava.
Das confeitarias marcantes, vou destacar,
aqui em BH, a Molle Antoneliana, o Doce D'ocê, Doces de Portugal.
Todos fugindo da receita fácil, do doce
comum.
Nos últimos tempos, está cada vez mais
difícil encontrar doces sem o onipresente leite condensado.
Não vou dizer que os doces feitos com
ele sejam ruins, não é isto. Mas ficam todos com texturas parecidas, um gosto
onde um lembra o outro.
Neste nosso cantinho, onde valorizamos
sabor e qualidade, vai ficar difícil para o leite condensado.
Vamos ter doces, muitos doces. Feitos
por mim, pela minha mãe, por quem mais queira nos apresentar uma receita legal,
gostosa diferente.
Hoje, preparei uma tartelete folhada de
morangos e chocolate branco.
Somei a minha paixão pela massa folhada
(e, não se assustem, não vou mandar fazer a massa, é coisa trabalhosa, sujeita
a erros; vamos usar a da Arosa, comprada no supermercado, congelada, sem erro)
com o chocolate branco (minha mulher não come chocolate escuro) e os morangos
(para dar frescor), tudo com o quebrado de um rum e de um cardamomo, para fazer
um doce bonito, elegante, delicioso.
Assim para terminar, com chave de ouro,
uma bela refeição!
Tartelete folhada de morango e chocolate branco
Nossa receita: 12 tarteletes |
Ingredientes
Massa folhada
amanteigada – 1 pacote de 400g
Morangos – 18
(maduros)
Chocolate branco – 1
barra 150g
Rum
Creme de leite
fresco
Manteiga
Açúcar
Açúcar com cardamomo (pode substituir
por uma colherinha de suco de limão)
Preparo
Deixe a massa folhada descongelar e abra
com o rolo, em superfície enfarinhadam até ficar com pouco mais de 1 mm de
espessura. Corte discos no tamanho desejado, com a ajuda de um copo (2 discos
por tartelete). Em metade dos discos, retire um disco menor (usando um outro
copo, de boca mais estreita), deixando um anel de massa.
Ponha em uma assadeira montagens com um
disco e um anel por cima (molhe com um pouco d'água o local onde for unir as
duas massas).
Com um garfo, faça furinhos em toda a
massa, para diminuir o crescimento.
Asse em forno pré-aquecido, a 200°C.
Assim que retirar do forno, abaixe o
centro da tartelete, batendo de leve com o dedo.
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Detalhe da tartelete montada |
Em banho maria, em uma panela pequena de
teflon, derreta o chocolate branco picado. Quando estiver derretido,
acrescente, aos poucos, sempre mexendo bem, até voltar a ficar liso, uma colher
de chá de manteiga, 2 colheres de sopa de creme de leite fresco, 1 colher de
sopa de rum carta branca e uma pitada de sal.
Deixe esfriar um pouco. Coloque nas
tarteletes, fazendo um fundo de chocolate.
Fatie metade dos morangos e deixe secar
bem, em cima de papel toalha. Disponha as fatias nas tarteletes, sobre o fundo
de chocolate branco.
Pique o restante dos morangos em pedaços
bem pequenos. Leve ao fogo em uma panela pequena de teflon, com um pouco de
água e açúcar. Quebre com açúcar de cardamomo ou com uma colher de café de suco
de limão. Deixe ferver até que o morango esteja desfeito e que tenhamos uma
textura de calda.
Coloque um pouco de calda sobre cada
tartelete, dando acabamento.
Leve à geladeira até a hora de servir.
Grande Vinicio, Muito bacana seu blog...parabéns! Tamos aqui com agua na boca...... Leo
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